Friday, October 31, 2008

Luiz Paulo na Alerj

O discurso abaixo foi feito por Luiz Paulo do dia 28 na Alerj. É longo, mas otimo. Acho que o PSDB do Rio fez muito bem em apoiar Gabeira. No final ele faz varias denuncias, espero que como deputado estadual ele se empenhe na investigação. O TRE terá muito trabalho, vamos fiscalizar.

"O SR. LUIZ PAULO
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria falar um pouco sobre as eleições da cidade do Rio de Janeiro, da qual tive eu o prazer de participar, numa aliança tripla - PV, PSDB e PPS - como candidato a vice-prefeito da chapa encabeçada por Fernando Gabeira, do Partido Verde.

Recebi hoje uma frase de Fernando Pessoa que gostaria de repetir aqui porque reflete, com muita intensidade, o momento que vivemos nesse último domingo. Diz o grande escritor Fernando Pessoa: “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

Diante dessa frase, queria agradecer ao eleitor e à eleitora carioca que entenderam que a candidatura de Fernando Gabeira, composta dessa aliança tripla, um homem de 67 anos que representava o novo, na política carioca. O novo, na forma de fazer política e fazer campanha; o novo no sentido de que a população desta cidade considera possível fazer política com ética, com honra, com dignidade, política com respeito, política com transparência.

E esses quase 50% dos eleitores cariocas que votaram em Fernando Gabeira, votaram nesse desejo. Votaram no sentido de restabelecer a esperança que muito havia se perdido no processo político eleitoral.

Considero, Deputado Coronel Jairo, que podemos perder ou vencer uma eleição, mas não podemos vencê-la a qualquer preço, porque há derrotas que muitas vezes, num futuro bem próximo, poderão ser transformadas em vitórias, e há vitórias a qualquer preço que, muito cedo, podem ser transformadas em derrotas. Se V. Exa., que é um homem cuidadoso, examinar o resultado eleitoral, há de verificar que muitas regiões desta cidade - 75% do eleitorado - votaram na candidatura de Fernando Gabeira, votaram a favor da esperança. E esse número de eleitores não cresceu mais em outras regiões da cidade talvez porque aquela população, aquele eleitor, aquela eleitora não tenha tido acesso à mensagem que estava sendo levada.

Essas eleições, além do mais, trouxeram o jovem para a política. O que será do futuro político deste País, desta Cidade, deste Estado sem a presença do jovem. E o jovem, de maneira maciça apoiou a candidatura de Fernando Gabeira. E eu me perguntava: por que um jovem de 16, 17 anos vibra com a candidatura de um homem de 67 anos, eis que eu também tenho 62 ? Por que essas extremidades estão se encontrando? Porque, seguramente, Fernando Gabeira está à frente de seu tempo e o jovem é sempre revolucionário na sua esperança, no desejo de mudança, ele também está sempre à frente do tempo.

Fomos derrotados eleitoralmente nessa eleição, mas saímos dela com a nossa alma reconfortada, porque conseguimos trilhar um caminho que foi entendido pela nossa sociedade; conseguimos trilhar um caminho que foi acalentado por muitos ao longo do tempo. Que essa lição sirva para todos nós que temos necessidade de mudar o processo político e ele não mudará na reforma política, porque quem faz a reforma política são aqueles que têm os interesses contrariados no Congresso Nacional.

A reforma política será feita pelo voto, pelo voto daquele que quer mudança, quer autenticidade, quer coerência, quer honestidade, quer compromisso com o dinheiro público, quer de fato que este País, que esta Cidade e que este Estado cresçam. Por isso, considero que tivemos, com a aliança que fizemos em torno de Fernando Gabeira, uma grande vitória política.

É claro, Sr. Presidente, que não estou alegre. Se dissesse a V. Exa. que estou alegre, estaria mentindo e não faço compromisso com a mentira. Estou triste porque perdi uma eleição que poderia ter sido ganha, apesar do feriado; poderia ter sido ganha apesar dos saquinhos de merenda escolar distribuídos para os cabos eleitorais; poderia ter sido ganha apesar dos panfletos apócrifos; poderia ter sido ganha apesar das faixas apócrifas; poderia ter sido ganha apesar de toda a sordidez praticada ao longo da campanha. Apesar disso tudo, nós poderíamos ter vencido, mas não vencemos, sob o ponto de vista eleitoral. Mas o mais bonito disso tudo é que nasceu dessas eleições a chama da esperança, e a esperança ninguém irá derrotar. Por isso, saímos de cabeça erguida dessas eleições. Confesso a V. Exa. que fico muito fortalecido pelo meu partido ter tido a lucidez de fazer essa aliança em torno de Fernando Gabeira, um homem de bem no sentido mais amplo da palavra."

Uma derrota triunfal, por Nelson Motta

Nelson Motta (Globo 31/Out/08)

Um dos aspectos mais detestáveis da “American way of life” é o culto incondicional aos que se dão bem na vida, aos aparentemente vencedores: o fundamentalismo de resultados. Ainda mais execrável é o seu complemento, o desprezo absoluto pelos perdedores, pelos fracos, pobres e pequenos, pelos “losers” que não conseguem dinheiro, poder ou felicidade.

Ou tudo isso junto, e também beleza, que se tornou um bem de consumo.

Porque vencer a qualquer preço não é um valor civilizatório nem moralmente aceitável. É o equivalente capitalista dos comunistas justificando os meios pelos fins. Por isso, numa sociedade ultracompetitiva, mas legalista, democrática e republicana, os que usam atalhos ilegais para “chegar lá” estão em minoria e, se flagrados, são punidos.

Por outro lado, nem todos os “losers” são vítimas de sua própria fraqueza, ignorância ou preguiça. Muitos que são vistos como perdedores são apenas independentes, artistas, intelectuais, até políticos, que fazem o que querem, ou acham que devem, e pagam o preço, em dinheiro e tempo perdidos.

No Brasil, a tradição é desprezar os bem-sucedidos. Aqui, o sucesso é ofensa pessoal, dizia Tom Jobim , vítima constante da inveja e do ressentimento provincianos.

Aqui, há um vezo por cultuar perdedores, culpando a sociedade, “todos nós”, por escolhas e fracassos individuais. Aqui é sempre diferente, mas desta vez foi mais diferente ainda.

O momento definidor da duríssima disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro foi quando o candidato Fernando Gabeira disse para seu adversário, um liberpolítico profissional idôneo, competente e ambicioso: “A diferença entre nós é que você faria qualquer coisa para ganhar a eleição. Eu não.” Eduardo Paes não pôde responder.

Nesse momento senti que Gabeira perderia a eleição. Mas faria história, com uma nova forma, limpa e positiva, sincera e criativa, de fazer política no Rio de Janeiro. Assim como a derrota de Marta Suplicy em São Paulo foi humilhante, a quase-vitória de Gabeira no Rio foi triunfal, um grande avanço e um justo orgulho para metade dos cariocas, uma esperança para todo o Brasil.

Fisiologismo - Dudu no Globo

É o velho fisiologismo (vale lembra e definição da palavra) em ação. Fiz um breve post sobre isso Elogio ou Denúncia. O fisiologismo é evidente leia por exemplo Petistas do Rio cobiçam cargos na prefeitura e chegam a falar em 'cota' do partido. Olhe o que Dudu tem a falar sobre isso em entrevista ao Globo de hoje:

"Eu quero privilegiar os servidores públicos, mas quero ter a oportunidade de ter secretários políticos. Até porque cheguei onde cheguei ocupando funções assim.

(...)

eu pretendo governar com um arco de alianças. Pretendo conversar com o PT, o PSB, o PCdoB.

(...)

Acho a Jandira um belo quadro político, (...) Se o PCdoB entender que a Jandira é um nome adequado para ser secretária no meu governo, certamente não terá meu veto. Não concordo com tudo o que a Jandira acha, mas é uma mulher com história decente, uma pessoa preparada."


Thursday, October 30, 2008

A vitória de Gabeira

Por Lula Vieira

Escrevo ao meio dia de domingo, antes de encerrar a votação aqui no Rio de Janeiro, com as pesquisas de intenção de voto indicando empate técnico entre os dois candidatos a prefeito, Fernando Gabeira e Eduardo Paes.

Trabalhei para Gabeira desde quando ele tinha 4% das intenções de voto e era um candidato tão pequeno que nem mereceu ser entrevistado pelo RJTV, que restringia o supremo prestígio de ser ouvido pelos repórteres àqueles que tivessem algo acima de 5% das intenções de voto.

Invariavelmente Gabeira aparecia na condição de “outros” quando os jornais e as emissoras de televisão falavam dos candidatos. O que mais ouvi neste mês de agosto foi que sem dúvida Gabeira era o melhor nome para a Prefeitura, mas que infelizmente não teria a menor chance.

Os eleitores mais conscientes tratavam de escolher “o menos pior” entre os que poderiam ganhar, Jandira Fegali, Bispo Crivella e Eduardo Paes. Essa difícil e desanimadora escolha ficava entre Jandira e Paes, pois “Crivella nunca”, pelo menos na ótica – como eu já disse – dos mais conscientes. Ou dos mais bem informados, sei lá.

Uma revista semanal, acredito que a IstoÉ ou Época (Veja tenho certeza que não foi) chegou a apelidar Gabeira de “Candidato Carrossel” por girar, girar, girar e não sair do lugar. Fui procurado pela mulher de Gabeira, Neila Figueiredo, e selamos o trabalho em conjunto no dia do velório de dona Ruth Cardoso, no aeroporto Santos Dumont, que permanecera fechado durante toda manhã.

Teria total liberdade, desde que não resolvesse criar um Gabeira de mentira. A restrição a qualquer tipo de maquilagem ia até mesmo à própria maquilagem. “As rugas são as marcas do tempo no rosto dele, devem ficar”. Não seria necessária a advertência. Mas fiquei contente por ouvi-la.

Acho que os marqueteiros são responsáveis pelo esvaziamento do conteúdo verdadeiro dos candidatos, embora não tenham culpa na falta de caráter e na compulsão pela mentira. Essas características o sujeito já traz de casa, ou de berço, como queiram.

Dias depois, na minha casa, traçamos o rumo da campanha: não atacar o adversário, ser absolutamente transparente, não sujar a cidade. A transparência deveria ir até mesmo no caixa da campanha: nada de Caixa 2, não receber dinheiro de companhia de ônibus nem de cooperativa de taxi, pagar e receber tudo “por dentro” e colocar todas as movimentaçõs imediatamente na Internet.

Se você for até o site da campanha vai achar lá o ítem “Ebulição”. É a nossa empresa. Todos os pagamentos que recebemos (e pagamos os impostos) estão lá. Para os padrões brasileiros, o dinheiro da campanha era quase pobre.

Como vantagem tínhamos a melhor equipe que a ideologia pode comprar: Moacir Góis na direção do programa de televisão, João Paulo na edição, Moacir Padilha dirigindo o rádio, Carlinhos Chagas na redação, e por aí afora.

Gente que se dispôs a trabalhar por menos da metade do que poderia cobrar, mas que se sentia recompensada pela oportunidade de se engajar na campanha de um candidato digno, limpo, idealista, agradável.Coisa raríssima nestes dias que correm.

Uma noite, logo nos primeiros dias, o Campanelli da MCR apareceu com um jingle de estarrecedora simplicidade, mas com potencial de se tranformar num mantra: “O Rio é de Gabeira…Gabeira…Gabeira” num ritmo classificado de “marchável”, meio hip hop, um chiclete de ouvido irresistível.

Fizemos um santinho, uma equipe se encarregou do site, nos concentramos nos programas de TVe rádio e entregamos a Deus, que com certeza deve ter pensado “Crivella nunca”. Tanto é verdade que Crivella, que vinha liderando as pesquisas, se envolveu com o escândalo de uma obra que se chamava “cimento social” e serviu como pá de cal para suas pretenções, com perdão pelo trocadilho.

Teve até a participação de um militar alucinado que entregou uns garotos para serem chacinados por uma gangue do tráfego. Tudo respingou no Bispo e no seu discurso messiânico de ungido pelo céu e por Lula. Só no discurso dele, pois ambos não quiseram se comprometer.

Tivemos a imensa vantagem de termos bom tempo na TV e no rádio, cerca de cinco minutos, e de não sermos ameaça para ninguém. Por isso pudemos apresentar Gabeira com toda calma, como alguém capaz de ter uma visão mais aberta, mais moderna, mais cosmopolita para os imensos problemas da cidade.

Eduardo Paes veio como o grande síndico que se preparou durante dezessete anos para ser prefeito. Dizia conhecer cada pedra, cada buraco da cidade. Prometeu instalar 40 UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento), uma espécie de Centro de Saúde feito rapidamente e outras coisinhas que transformariam o Rio de Janeiro numa Finlândia em apenas 4 anos.

Jandira, por ser médica, centrou seus esforços na saúde e Crivella era o amigo dos pobres. Jandira parecia ter acabado de acordar no meio de um plantão: nervosa, desgrenhada, vestido aparentemente amassado.

Entre os nanicos, o candidato do PT resolveu transgredir a mais sagrada das normas da televisão e passou o tempo todo falando de lado, para um ponto à esquerda do espectador. Bonitinho, bonzinho, arrumadinho, era o bom filho, o bom colega e o bom professor.

Todos sabem que realmente é um homem direito, mas ficou bonzinho demais, arrumadinho demais. Falou bastante, mas todo mundo se perguntava porque ele olhava para o lado. Chico Alencar é o Chico Alencar, veio de Chico Alencar e falou como Chico Alencar. Levou os votos de Chico Alencar. Meia dúzia.

Os demais se confundiam com os candidatos a vereador. Um deles tinha um belo slogan: “quem pica cartão não vota em patrão”. Em conjunto eles iam implantar o socialismo, destruir a Rede Globo e conduzir os povos à libertação, à verdadeira democracia e à divisão justa de renda.

Chega o dia da eleição e, para estupor geral, Gabeira – o candidato Carrossel, o sem chance, o nanico do bem, tira um magnífico segundo lugar e vai para o segundo turno, juntamente com Eduardo Paes, candidato do governador e do presidente. O

O espanto maior, no entanto, foi dos institutos de pesquisas que até o dia anterior davam como certa presença de Crivella como adversário de Paes. Neste mesmo dia, Gabeira virou maconheiro, viado, defensor do aborto e da prostituição, nefelibata e tudo mais que é possível se falar contra um político brasileiro.

Só não poderia ser demagogo, mentiroso e ladrão porque no caso do Gabeira é impossível se falar isso dele. Nas primeiras semanas todos os derrotados se aliaram ao Paes, que passou a ser candidato da máquina estadual, nacional e universal (do Reino de Deus).

Lula falou de Paes, Cabral falou de Paes, Crivella falou de Paes, Jandira falou de Paes. Até Molon do PT e Vladimir Palmeira se aliaram a Eduardo Paes. O solitário apoio a Gabeira veio de César Maia, o único prefeito do mundo que surtou e virou blogueiro em pleno mandato.

Quer dizer, vieram dar apoio, além de Cézar Maia, Caetano Veloso, Fernanda Torres, Adriana Calcanhoto, Alceu Valença, Debora Colker, Oscar Niemayer, Gustavo Lins, Alcione, Wagner Moura, Martinália, Pedro Luiz, Marina Lima, João Bosco, Paula Toller, Frejat, Nelson Mota, Armínio Fraga, Aécio Neves e mais oito mil voluntários.

Logo no comecinho me lembro de uma passagem de Gabeira. Um político, dos mais conceituados, propôs a Gabeira começar a mostrar os podres da turma de Paes, um amplo arco de alianças que iam do famoso Piciani a Jorge Babul, passando por uma varidíssima fauna de pessoas sobre as quais não resta a menor dúvida.

Gabeira respondeu: “eu prometi não atacar adversários”. O interlocutor não deixou por menos: “então você vai perder”. Gabeira respondeu firme: “então eu vou perder”. Noutra ocasião, um empresário, que já foi meu cliente, liga oferecendo dinheiro para a campanha. Gabeira instrui o financeiro: “você já sabe, quando empatar com as despesas, pare de receber qualquer dinheiro”.

Nunca antes na história deste país um político se dispôs a receber somente o dinheiro necessário para a campanha. Fizeram de tudo, de tudo mesmo, até a suprema burrice: mandar imprimir na Gráfica da Ediouro, de quem sou Diretor de Marketing, um folheto contra Gabeira.

Ninguém acreditou nem vai acreditar, mas tal como Lula, eu não soube de nada, a não ser quando o TRE confiscou o material, que por sinal estava dentro da Lei, com nota fiscal e tudo. Paes ficou repetindo o bordão: “Gabeira é apoiado pelo César Maia, Gabeira é apoiado pelo César Maia, Gabeira é apoiado pelo César Maia”.

O engraçado é que todo o currículo de grandes realizações de Paes foi como subprefeito, e secretário… de César Maia. Que raça! No telefone, Gabeira fala de uma vereadora: “ela é analfabeta política…está fazendo política suburbana”. Os jornalistas ouvem e dão a notícia.

Mais um bordão: “Gabeira é preconceituoso, Gabeira é preconceituoso, Gabeira é preconceituoso”. Milhares de faixas são impressas: “sou suburbano com muito orgulho”. Uma feijoada é oferecida aos suburbanos ofendidos e Noca da Portela e outros menos votados dão apoio a Paes, o amigão do subúrbio.

Cria-se uma situação irreal. Gabeira, menino pobre, que vendia banana e ovo para ajudar o pai, professor voluntário na Zona Norte, vira o “candidato dos ricos”, enquanto Paes, menino da Zona Sul, estudante de colégios caros e da PUC, quer se consagrar como “o candidato dos pobres”.

Paes, 38 anos, cara de garotão é o velho matreiro, conhecedor dos meandros da política, o experiente. Gabeira, 68 anos é o jovem, impetuoso, novidadeiro, contemporâneo. E começam os debates. Até o último, da TV Globo na sexta-feira anterior ao domingo da votação, foram 7 deles.

Gabeira venceu sempre, na opinião dos internautas. Alguns momentos foram muito bons. Por exemplo, quando Paes afirmou que se preparava a vida inteira para ser prefeito do Rio, Gabeira respondeu: “pois eu me prepararei a vida inteira para… a vida inteira”.

Ou, então, quando Paes disse que seria necessário saber que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, recebeu como resposta: “a esta altura da vida eu já sei”.

Vladimir Palmeira pode nesta eleição ter batido o recorde mundial de ingratidão. Gabeira sequestrou o embaixador americano para que Vladimir, entre outros presos políticos, pudesse ser libertado. E Palmeira decidiu apoiar Eduardo Paes.

Por falar em embaixador sequestrado, a filha do próprio fez absoluta questão de declarar seu apoio a Gabeira. E contou que o pai dela tinha boas recordações dele. Na imprensa escrita, inaugurou-se um novo tipo de colunismo: o de crítica a horário eleitoral gratuito. Como se fosse novela.

O Globo e o Jornal do Brasil tiveram seus colunistas que diariamente comentavam sobre roupa, postura, edição. O colunista do JB, se sentindo obrigado a fazer uma gracinha por dia, algumas vezes se perdeu na busca do humor.

A certa altura, como o programa de Gabeira fazia enorme sucesso com seus clipes de cantores, Paes colocou no seu programa a entrevista de uma jovem na rua que afirmou: “eu quero ver propostas, não musiquinhas bonitas”. Nem na Noruega se vê tanta participação cidadã.

Uma jovem exigir dos candidatos a apresentarem suas propostas de governo é tão natural quanto as donas de casa que afirmavam que Paes no seu tempo de sub prefeito entrou na lama até a cintura para ajudar as pessoas assoladas por uma enchente.

Uma enorme demonstração de incompetência de seus auxiliares foi não encontrar uma única foto registrando o heróico feito. Hoje o eleitor decide quem é o prefeito do Rio de Janeiro. O resultado sairá dentro de algumas horas. Seja qual for o vencedor, Gabeira sai muito maior do que entrou.

É um político que pode se orgulhar do respeito de todos, inclusive de seus adversários, que jamais colocaram em dúvida sua honradez e honestidade. Outra vitória de sua candidatura foi a de trazer para milhões de pessoas a informação de que é possível se fazer politica com seriedade.

Trouxe também a participação dos jovens, entre os quais, as pesquisas eram unânimes em apontá-lo como o candidato preferido. Nesta eleição não se ouviu o tradicional discurso do “político é tudo igual”, principalmente por parte deles.

Gabeira demonstrou que os políticos, como as pessoas, são diferentes. Sua campanha termina com a marca da elegância, do bom humor e do amor pelo Rio de Janeiro. O Rio foi votar sorrindo. Essa é a grande, a enorme vitória de Fernando Gabeira”

Gabeira

Muito bom o video.

Elogio ou Denúncia?

Li uma reportatem de Fernando Molica do O Dia que diz:

"Paes, na medida do possível, nomearia representantes de partidos que têm cargos correspondentes nos governos federal e estadual. O PSB, por exemplo, que ocupa o Ministério e a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, ficaria com o mesmo setor.

Isso favoreceria o entendimento e a liberação de verbas: os recursos seriam para um correligionário. "


Nada pode ser menos republicado que isso. O prefeito que fala abertamente em favorecimento. Será que as construtoras para ganhar contratos também vão ter que ser alinhadas com o senhor Eduardo Paes?

Os 1.640.970 do Rio de Janeiro

Augusto Nunes - Jornal do Brasil

Convidado a disputar a prefeitura do Rio pela coligação que juntou o PV, o PSDB e o PPS, o deputado federal Fernando Gabeira condicionou a aceitação a cinco pré-requisitos. Primeiro: a campanha deveria ser limpa em todos os sentidos. Sem faixas nem galhardetes pendurados em postes, sem panfletos nem outras velharias que poluem a paisagem urbana. E sem ataques pessoais, truques eleitoreiros e outras espertezas que poluem a paisagem eleitoral.

Segundo: o programa do candidato passaria ao largo de questões nacionais para se restringir a propostas e idéias vinculadas aos problemas da cidade. Terceiro: tanto as quantias arrecadadas quanto os gastos de campanha seriam divulgados diariamente pela internet, com a especificação da origem e do destino do dinheiro. Quarto: se chegasse ao segundo turno, a coligação não negociaria alianças nem adesões.

Quinto: alcançada a vitória, a montagem do secretariado não obedeceria a imposições partidárias ou conveniências políticas. Em vez do indecoroso loteamento de cargos, o prefeito usaria o critério do mérito para a montagem do primeiro escalão: seriam secretários municipais os melhores e mais brilhantes. Alguns camuflando o espanto, os líderes dos três partidos toparam. Parece mentira, decerto pensaram. Parece mentira, concordaram os eleitores.

Segundo todas as pesquisas, Gabeira largou com menos de 5% e entrou na reta final da campanha com índices pouco animadores. Faz sentido. Exauridos por bandalheiras protagonizadas pelas quadrilhas de pais da pátria, afrontados pela descoberta de que a imunidade parlamentar virou salvo-conduto forjado para livrar da cadeia bandidos homiziados no Congresso, os brasileiros desistiram da esperança como profissão e decidiram que os políticos eram todos iguais.

Só a duas semanas da eleição milhares de cariocas compreenderam que havia mesmo um candidato honesto, coerente, inventivo, preocupado não com o próprio futuro mas com o destino da cidade humilhada pela procissão de governantes ineptos. E cumpria o prometido: a campanha avançou sem zonas de sombra, com pouco dinheiro, sem comitês nem papelório, sem ofensas nem insultos.

Os 839.994 votos obtidos por Gabeira no primeiro turno escancararam duas constatações espantosas. Os três primeiros pré-requisitos haviam sido plenamente atendidos. Mais importante ainda, o Rio avisara ao Brasil que, apesar de tudo, a tribo dos decentes é bem maior do que se imaginava.

A passagem para o segundo turno permitiu a Gabeira mostrar que, como estabelecera a quarta cláusula do contrato verbal, não negociaria adesões. Até domingo passado, o candidato foi visto ao lado de gente como Oscar Niemeyer, Caetano Veloso ou Marina Silva. Paes submergiu em conversas clandestinas com o porteiro do céu Marcelo Crivella, a comunista domesticada Jandira Feghali, o estafeta petista Vladimir Palmeira ou com os fora-da-lei do PTdoB.

Na etapa final do duelo, Paes foi amparado pela nada santa aliança que incluiu um balaio multipartidário, o governador, o presidente da República e um pelotão de especialistas em guerra suja. Os candidatos barrados no primeiro turno embarcaram no iate de Paes. O resultado final demonstra que os eleitores preferiram a onda Gabeira. Juntos, Jandira e Crivella conseguiram quase 1 milhão de votos. Entre uma rodada e outra, o crescimento de Paes não chegou a 650 mil votos. O de Gabeira passou de 800 mil.

Tudo somado, os 1.640.970 eleitores do candidato que há três meses parecia um sonho impossível protagonizaram o mais belo, abrangente e empolgante fenômeno da temporada eleitoral - e fizeram de Gabeira uma prova de que o Brasil decente está pronto para a resistência. Faltou platéia para comemorar a vitória de quem será prefeito. O povo festejou nas ruas o desempenho de quem por pouco não foi. No restante do país, ninguém se interessou pela sorte de Paes, ninguém viu algo de novo no que dizia. Em contrapartida, distribuídos por todos os Estados, milhões de brasileiros juntaram-se à distância ao bom combate.

Os 1.640.970 do Rio de Janeiro transformaram o que parecia apenas uma onda num genuíno movimento popular. O movimento já exibe dimensões impressionantes. E só começou.

A derrota de Paes

Do blog da jornalista Cora Rónai:

Abrindo mão das próprias convicções (se é que um dia as teve), aliando-se ao que há de mais podre no estado, gastando rios de dinheiro, jogando sujo, usando descaradamente a máquina estadual, federal e universal, beneficiando-se até de um feriado mal intencionado, enfim, com tudo isso, Eduardo Paes só conseguiu ganhar de Gabeira por 50 mil míseros votos.

Como vitória política, já é um resultado extremamente questionável; mas do ponto de vista pessoal, é uma derrota acachapante.

Eduardo Paes levou a prefeitura, sim, mas de contrapeso ficou com uma quadrilha de aliados que não deixa nada a dever àquela que ele acusava o presidente Lula de comandar.

Vai ser prefeito, sim, mas vai ter de arranjar boquinhas para o Crivella, para o Lupi, para o Piciani, para a Clarissa Garotinho, para o Roberto Jefferson, para a Carminha Jerominho, para o Babu, para o Dornelles, para a Jandira... estou esquecendo alguém?

Conquistou um cargo, é verdade, mas conquistou também o desprezo mais profundo de metade do eleitorado.

Em compensação, como carioca, perdeu a chance de viver um momento histórico, em que a prefeitura seria, afinal, ocupada por um homem de bem, com idéias novas e um novo jeito de fazer política; perdeu a chance de ver o Rio de Janeiro sair do limbo a que foi condenado nas últimas décadas, e ganhar projeção pela singularidade da sua administração.

Se Gabeira tivesse sido eleito prefeito, o Rio, que hoje não significa nada em termos políticos, voltaria a ter relevância, até pelo inusitado da coisa. Um prefeito eleito na base do voluntariado, do entusiasmo dos eleitores e da vontade coletiva de virar a mesa seria alguém em quem o país seria obrigado a prestar atenção.

Agora, lá vamos nós para quatro anos de subserviente nulidade, quatro anos em que o recado das urnas será interpretado, pela corja que domina esta infeliz cidade, como um retumbante "Liberou geral!"

Nojo, nojo, nojo.

Monday, October 27, 2008

Jabor

Arnado Jabor falou a CBN:
Cariocas terão o governo que merecem. E não adianta chorar pelo chopinho derramado
(ta no You Tube também)

Luto - Depois do sonho o pesadelo

Ver o PMDB do Rio ganhar. Saber que junto com Paes vem Crivella, Jandira, Babu. Rosinha eleita. Severino eleito. Sarney mais forte que nunca. Ver Geddel Vieira Lima ganhando força. Ver Lula atuando como um analfabeto politico gritando besteiras em palanques. Ver Orestes Quércia mais forte pq ajudou a eleger Kassab. Ver o baixo nível das campanhas de BH e Rio.

Agora que o sonho Gabeira acabou (ate 2010 ao menos) e triste abrir os olhos.

Sunday, October 26, 2008

Luto

.... o que falar? 50 mil votos! Lamento profundamente o resultado. Lamento não ter feito mais.

Que venha Eduardo Paes e que tenha boa sorte.

Wednesday, October 22, 2008

Leituras para 26 de Outubro

Um bom inicio é o texto que criou esse blog

Textos Pro Gabeira:

Martha Medeiro: Se o Gabeira Ganhar

Nelson Motta: Utopia Carioca

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa: O que é isso Companheiro?

Moraes Moreira: Uma declaração de amor ao Rio

Arnaldo Jabor: Dois "obamas": Gabeira e Kassab

Leonardo Boff

Gabeira: Flores, flores para los muertos

Lucia Guimaraes: Entrevista com Gabeira

Gerald Thomas: Gabeira

Colunas:

Noblat: Paes o novo Subversivo

Noblat: O Rio... De quem mesmo?

Noblat: Rebola, Paes, rebola! (Ou esqueçam o que ele disse)

Lucia Hippolito: A Patrulha da Lama em Ação

Balaio do Kotscho: As baixarias de Marta e Paes no desespero

Francisco Bosco: A uma semana da eleição

Augusto Nunes: Os vincos no rosto e as rugas na alma

A verdade sobre Paes:

Congresso em Foco: Paes tem ficha Suja

A aliança com Crivella

Muita informação

Teu passado te condena

7 motivos para não votar em Eduardo Paes

Notícias:

Militantes de Paes apedrejam carros de eleitores de Gabeira

Maia diz que há planos para fraudar eleições no domingo em favor de Paes

Suspeita de fraude preocupa campanha de Gabeira

Filha do embaixador Elbrick apóia Gabeira

Cabral acusa Gabeira de prejudicar o atendimento de saúde

Paes já defendeu a liberação da maconha

Comitiva de Gabeira é perseguida por carro de som de Paes na Zona Oeste

Paes semeia o preconceito

Paes ganha apoio de Dilma e de suspeitos por irregularidades

Pesquisas

Essa reta final ta tensa. Campanha a todo vapor! Eleitor de Gabeira sabe que pesquisa e apuração são diferentes!

GPP: (Muito na Frente! Vamos aumentar!)
Gabeira 44,9%,
Paes 38,5%

Ibope: (Empate - Vamos Ganhar!)
Gabeira 43%
Paes 43%

Datafolha: (Atras - Vamos Virar!)
Gabeira 41%
Paes 44%

Gabeira Neles!!!!!
Motivos para votar Gabeira

Rio de Janeiro - Paes, o novo subversivo

Noblat escreve sobre o nivel da campanha de Eduardo Paes:

"Dia sim, dia não, a Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro apreende em comitês do candidato Eduardo Paes (PMDB) material apócrifo produzido contra o candidato Fernando Gabeira (PV).
(...)
Como se comporta Paes nessas ocasiões? Jura de pés juntos que nada tem a ver com faixas e panfletos. E também se diz vítima de panfletos.
(...)
Até agora, a Justiça Eleitoral não apreendeu um único panfleto contra Paes - muito menos em comitês de campanha de Gabeira.
(...)
Jornalistas da Folha de S. Paulo flagraram, ontem, partidários de Paes na Zona Oeste apedrejando carros da pequena carreata promovida por Gabeira. Não, não foi um ato de vandalismo espontâneo. Foi estimulado por um dos chefes da campanha de Paes na Zona Oeste.

O que ninguém sabe e eu conto agora: as duas filhas de Gabeira, ambas na faixa dos 20 anos, começaram a ser seguidas por gente estranha. Foram então aconselhadas por oficiais do BOPE a ficar em casa até o fim da eleição. Oficiais do BOPE se ofereceram para cuidar da segurança delas.

O Dia e Leonardo Boff

"(Gabeira) É o candidato mais amoroso à população periférica. Além de ser transparente. O Rio merece (o Gabeira) pela visão encantada e de glamour que foi se perdendo. É um jeito diferente de fazer política. A onda Gabeira vai se transformar em um tsunami do bem” ( Leonardo Boff)

Nesse mesmo dia teve o debate no jornal o Dia, outro show de Gabeira:

Sambista e Suburbano

A que ponto chegamos: “Militantes de Paes apedrejam carros de eleitores de Gabeira”.

Como é possível isso? Paes vem fazendo uma campanha negativa na zona Oeste. São tantas as ligações de Paes com panfletos instigando o ódio a Gabeira: “TRE acha adesivos (Sou suburbano com muito orgulho) contra Gabeira em comitê de Paes”, “Panfletos contra Gabeira encontrados juntos com panfletos de Eduardo Paes”, “Movimento contra Gabeira chega à campanha de Paes”.

É uma vergonha, Paes esta tentando jogar uma parte da população contra Gabeira. Qual a base disso? Uma conversa que ele teve ao telefone e foi escutada por jornalista. Na conversa ele criticava uma vereadora. Nunca existiu uma critica a Zona Oeste.

Paes continua tentando criar intrigas: “Paes acusa Gabeira de preconceito contra sambistas”. A frase foi uma brincadeira de Gabeira:

(Paes) tinha conseguido atrair um grupo de sambistas para uma feijoada

Onde esta o preconceito? É mais uma de Paes para jogar a população contra Gabeira. Mais uma vergonha, mais um golpe baixo de Paes. Aposto que isso vai ser usado em discursos na Zona Oeste para uma população desinformada.

Tem mais!!!! “Paes diz que Gabeira mentiu sobre prostituição, tráfico de mulheres e corrupção de menores em debate”. Esse foi o tema de uma pergunta que Paes fez no debate da Record e de panfletos que uma aliada dele divulgou (Globo). Como alguém pode mentir tanto? Segue o depoimento de um jurista

Os panfletos são criminosos e hipócritas. É má-fé, uma tentativa de induzir o eleitor que não tem conhecimento do Código Penal. Em nenhum momento o deputado teve a intenção de legalizar a prostituição infantil ou o tráfico de menores

Se vc ainda tem duvida da forma Paes de fazer campanha que tal ler: “Comitiva de Gabeira é perseguida por carro de som de Paes na Zona Oeste”.

O eleitor que não cair nisso vai votar Gabeira. Gabeira é o melhor para o Rio.

Tuesday, October 21, 2008

Por Baixo

Mais um bom texto, agora da Folha. Como as pesquisas não apontam o óbvio: a campanha de Paes foi por agua abaixo. Cabe a Paes ser candidato a deputado estadual em 2 anos, ele não tem mais poder político para nada além disso. Eu que ja pensei em votar nele me assusto em ver a que ponto ele chegou.

Por Baixo

De Jânio de Freitas, na Folha de S. Paulo:

A campanha no Rio entrou em baixarias deploráveis, com apelações comprovadamente originárias de aliados de Eduardo Paes. Algumas delas, como panfletos distribuídos por toda a cidade, nem sequer são anônimas: estão assinadas por PT, PDT, PSB e PC do B. Como estas últimas não foram desautorizadas pelos partidos signatários, já haveria tempo de seus dirigentes estarem respondendo à Justiça Eleitoral.

Divulgar que Fernando Gabeira está comprometido com a continuidade de Cesar Maia é, pior do que mentira, insulto.

Um rim por um voto

"1. Na proposição PL-2937/2004 apresentada quando foi deputado, Paes, na época do PSDB, queria criar lei para que os condenados com sentença transitada em julgada reduzissem suas penas em até um terço se doassem seus órgãos.

2. Quanto valeria um rim? E um pulmão? Um olho? Um pedaço de intestino ou de estômago? Uma vértebra? Valeria para qualquer tipo de delito?

3. Seria um absurdo penal (a lei hoje proíbe até oferecer compensação para doação de sangue) e um absurdo em relação aos direitos humanos de apenados, induzindo a que se livrassem de parte de seu corpo (aumentando riscos de morte) contra uma pena menor." (Cesar Maia)

Eu pergunto: qual seria o valor de um voto? O que Paes daria em troca de uma aliança?

Diferenças

Olha a diferença:

"Integrante da luta armada contra a ditadura, o candidato do PV, Fernando Gabeira, foi recebido em clima de cordialidade ontem no Clube Militar (...) O general afirmou que “um grande número” de militares, sobretudo do Exército, disse a ele que vai votar no verde, (...) Ele afirmou que o principal ponto em comum entre os militares e Gabeira é o combate à “imoralidade na política”"

"O candidato a prefeito Eduardo Paes (PMDB) recebeu ontem à noite, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Centro, a adesão de seis centrais sindicais à sua campanha.(...) o candidato convocou os representantes dos sindicatos, aos quais se referiu como “amigos” e “companheiros” (...) No fim da nota de adesão entregue ontem a Paes, ex-integrante do PSDB (ate outubro de 2007), as entidades afirmaram que “é hora de dizer não ao conservadorismo modernoso do adversário (Gabeira), apoiado pelos banqueiros""

Ainda em duvida?

A uma semana da eleição.

A candidatura de Gabeira a prefeito do Rio de Janeiro tem uma enorme importância, não apenas para a cidade do Rio, como para todo o Brasil e sua história política. É no mínimo uma raridade, senão uma novidade histórica, uma candidatura que, desde o início, tenha se orientado incondicionalmente por princípios de absoluto respeito à legalidade, ao espaço público e aos adversários políticos. Uma candidatura que tenha se guiado por um elevado senso moral, de que não abriu mão mesmo quando confrontando manobras tradicionais da política brasileira, como distribuição de panfletos apócrifos, uso abusivo e caviloso de declarações infelizes (como no episódio que envolveu a vereadora Lucinha), estratégias obscurantistas, etc. Pois essa tem sido a postura do candidato Gabeira, que estabeleceu tais princípios como condição para candidatar-se.
Não se pode perder de vista a chance e o significado históricos desse gesto e de sua manutenção inabalável. A eleição de Gabeira fará ruir um axioma pernicioso que vem dominando a cena política no Brasil, e em que tanto o PSDB como o PT, nas últimas quatro eleições presidenciais, mergulharam de cabeça: o axioma segundo o qual não se vence uma eleição sem fazer o jogo sujo das alianças espúrias, do loteamento prévio de cargos, dos golpes baixos eleitorais e por aí em diante. Esse jogo sujo, ao começar logo na campanha, invariavelmente caminha para o exercício do poder, onde o mais despudorado fisiologismo (vide, como exemplo recente, o episódio Renan Calheiros) é sempre desculpado pela "governabilidade", palavrinha mágica com a qual os governantes legitimam sua fraqueza ideológica e moral.
É precisamente contra tudo isso que a candidatura de Gabeira desde já se opõe, e a firmeza que o candidato vem demonstrando na sustentação dessa postura não deixa dúvidas quanto a que ela permanecerá orientando sua gestão, em caso de vitória. Pois essa vitória, então, significará nada menos que a possibilidade de o exercício político estar verdadeiramente subordinado aos interesses republicanos, isto é, significará que a esfera política brasileira, tão esvaziada, tão imobilizadora, será dotada de credibilidade. Sem essa credibilidade parece impossível mobilizar a sociedade a fim de ela tornar-se uma força decisiva no processo de engrandecimento do Brasil, processo que exige maior justiça social, o que por sua vez depende de amplo respeito à legalidade.

Parece-me que tudo isso fica comprometido quando a esfera política é contaminada, desde as campanhas eleitorais, pelo jogo sujo de que falei acima. Não sou cientista político, minhas palavras são apenas as de um cidadão atento ao que considera os caminhos e descaminhos de sua cidade, seu país, seu mundo. Mas posso e devo dizer que, numa era de tantas incertezas - morais, estéticas, comportamentais, etc. -, a candidatura de Gabeira é um acontecimento que não me deixa nenhuma dúvida quanto a sua importância e seu significado de oportunidade histórica, oportunidade que não podemos desperdiçar.

Monday, October 20, 2008

Cade o Amor Proprio

A ultima de Paes, depois que o PT gastou mais dinheiro com panfletos ilegais contra Gabeira do que com o próprio candidato Molon agora é a vez de Crivella entrar na onda Paes de campanha suja.
O tema do panfleto que a reportagem abaixo se refere foi usado no debate da Record, provando que Paes esta ligado com mais esse crime eleitoral. Como alguém ainda vota em Paes? Nunca vi tanta sujeira. PMDB e PT do Rio juntos é uma vergonha.

"Um panfleto que pede votos para Eduardo Paes (PMDB) e insinua que Fernando Gabeira, candidato do PV à Prefeitura do Rio, é contra a criminalização da prostituição infantil foi distribuído ontem a fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. A vereadora evangélica Liliam Sá (PR) assumiu a autoria do texto. Ela diz ser presbiteriana.

O folheto diz que Gabeira tem projetos de lei que cancelam o crime de exploração sexual infantil e o crime de tráfico de mulheres para fins sexuais.

Para o candidato, o texto distorce seu projeto de legalização da prostituição, apresentado em 2003, e o da revogação dos artigos 217 e 218 do Código Penal, sobre sedução e corrupção de menores, apresentado em 1995. ""O folheto parte de uma coisa real e cria uma mentira", disse Gabeira.

Segundo o juiz eleitoral Luiz Márcio Pereira, a publicação pode configurar crime eleitoral contra a honra de Gabeira. Ele disse que o tribunal começaria a apurar o caso ainda ontem.

Derrotado no primeiro turno, o senador Marcelo Crivella (PRB), ex-bispo da Universal, declarou seu apoio a Paes. Os panfletos estavam sendo distribuídos junto à entrada do principal templo da igreja no Rio, com capacidade para 12 mil pessoas." (Via Noblat / UOL)

Os vincos no rosto e as rugas na alma

Mais uma boa leitura para quem quer saber mais sobre Gabeira e Paes:

"Coisas da Política - Os vincos no rosto e as rugas na alma

Augusto Nunes


(...) No começo da campanha, Eduardo Paes parecia moço demais para cuidar do Rio. A 10 dias da decisão, está claro que o corpo de menor de 40 tem uma cabeça perturbadoramente envelhecida por excesso de pressa e carência de princípios. Gabeira foi desde sempre um contemporâneo do mundo ao redor. Paes é a versão remoçada dos políticos do século passado. Um se orienta por idéias. Outro é conduzido por interesses, circunstâncias e conveniências.
Embarca no trem que lhe parece mais veloz, abandona o vagão quando a velocidade diminui. Começou no PV, fez uma demorada escala no cordão dos agregados de Cesar Maia, elegeu-se deputado federal pelo PFL, filiou-se ao PSDB, caprichou no papel de inquisidor enquanto durou a CPI dos Correios, foi promovido a secretário nacional do partido, candidatou-se a governador para garantir a tribuna indispensável para desancar o padrinho Cesar Maia e o adversário Sérgio Cabral, rendeu-se ao PMDB de olho em alguma vaga no secretariado estadual. Para quem viveu tão pouco, não é pouca coisa.
Decidido a alojar-se no gabinete do prefeito, topa qualquer negócio, faz tudo o que for preciso. Insulta o tutor Cesar Maia, rasteja diante de Lula, presta vassalagem à primeira-dama, ordena agressões a cabos eleitorais adversários, mobiliza entidades fantasmas em passeatas instruídas para gritar que Gabeira odeia suburbanos, renega os companheiros de combate na CPI, acaricia mensaleiros juramentados, absolve de todos os pecados a bandidagem dos partidos que o apóiam.
Cesar Maia? Só esse não pode. Babu, o vereador de estimação dos moradores dos presídios, esse pode. Delúbio Soares? Pode.
Os vincos no rosto de Fernando Gabeira reafirmam a idade que tem. As rugas na alma de Eduardo Paes informam que a idade mental é muito maior que a oficial. Um é antigo. Outro é moderno."

Cora Rónai

Na longa lista de textos pro Gabeira vala a leitura do texto de Cora Rónai:

"Uma imagem que vale por mil palavras

Até a semana passada, eu não sabia quem era Eduardo Paes.

Sim, como todo mundo, eu também acompanhei a CPI, e também vi o seu desempenho, que então me pareceu digno e correto. Conheço os seus dados biográficos, embora tenha sido poupada do horário eleitoral gratuito -- mas duvido que a TV me desse maiores informações sobre o que, a meu ver, conta de verdade.

O caráter do candidato.

Agora, porém, depois do pedido de desculpas ao presidente e aos seus familiares, eu sei exatamente quem ele é: um político típico, antigo, sem espinha dorsal, daqueles que faz qualquer negócio por um cargo, inclusive passar por cima da própria consciência.

Não que eu não acredite que as pessoas não devam pedir desculpas. Pelo contrário; saber pedir desculpas é uma qualidade de grande nobreza.

Mas há desculpas e há desculpas.

A gente pede desculpas por eventualmente emitir um conceito que magoa, por perder a cabeça no calor de uma briga e dizer algo que não devia, por fazer do outro uma idéia que não corresponde à realidade.

Mas a gente não pede desculpas a um chefe de quadrilha por apontá-lo pelo que ele é, chefe de quadrilha; nem pede desculpas a uma mãe por duvidar da honestidade de um filho seu de 30 anos que, de biólogo mal remunerado, passou a gênio de tecnologia e fazendeiro milionário no curto espaço de uma presidência.

Não, pelo menos, sem ter em mãos uma prova concreta, cabal, de que tudo não passou de um gigantesco mal entendido.

Nesse caso, se Eduardo Paes tem em mãos essa prova, deveria apresentá-la, urgentemente, ao Congresso e à imprensa. Até porque, se tal prova existe, tudo o que sabemos da História recente do país está errado, e muda radicalmente.

Até segunda ordem, contudo, os fatos permanecem os seguintes: do momento em que Eduardo Paes fez as denúncias na CPI até hoje, nada de novo veio à luz para esclarecer as relações do presidente com os criminosos do mensalão, ou para justificar o súbito enriquecimento de Lulinha.

Do jeito que as coisas estavam, assim continuam. Apenas o escândalo, suplantado por outros escândalos, saiu das manchetes.

Pergunto, então: quando é que Eduardo Paes estava enganando a gente? Na época da CPI, fingindo uma indignação que não tinha, ou agora, oferecendo desculpas falsas e subservientes em troca do apoio do PT?
"

Friday, October 17, 2008

Educação em Rede

Gabeira fala muito de educação em rede.MIT e Stanford, já têm seus cursos na rede. Vale a visita.

Datafolha

Gabeira 44%
Paes 42%

Gabeira Neles!

Crivella

As denúncias contra Crevella são graves. Noblat ja tinha dito:

“Comentário meu: Conto o que Gabeira preferiu omitir. Na semana passada, Crivella mandou avisar a Gabeira que gostaria de apoiá-lo. Pediu um encontro reservado. Gabeira preferiu mandar um dos seus assessores. Crivela recebeu o assessor em sua própria casa e disse o que queria em troca do apoio:
* apoio à sua candidatura ao governo do Rio em 2010;
* a direção da área de habitação popular da prefeitura caso Gabeira fosse eleito;
* apoio ao seu projeto Cimento Social, de restauração de casas de favelados;
* o pagamento de dívidas de sua campanha no primeiro turno. Algo como R$ 5 milhões.
Informado das condições para ganhar o apoio de Crivella, Gabeira respondeu que não tinha condições de aceitá-las.


Agora foi a vez de Cesar Maia:


O ACORDO SECRETO CRIVELLA-IURD-PMDB-PAES!
1. Poderia ter sido mais discreto o deputado estadual do PMDB. Só faltou o deputado que estava ao lado ter gravado. O deputado do PMDB falou de acordo secreto. Deixa de ser secreto hoje, através do Ex-Blog.
2. O acordo envolveu a cúpula da IURD (Igreja Universal) com o PMDB e Crivella só foi chamado com o acordo fechado. A carta de Crivella a Paes traz um sinal que envolve as garantias e o agradecimento de Paes e do PMDB, também assinado, confirma. O sinal é a expressão "Cimento Social".
3. Esse sinal indica o acordo. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) será entregue a IURD. Uma vez firmado o acordo, Crivella gravou. Em seguida, inserção para o programa de Paes. Como a SMAS inclui também programas sociais com a Igreja Católica, como apoio à Pastoral do Menor, a entrada de Crivella poderá levar a Igreja Católica a reagir.
4. Da mesma forma, as demais denominações Evangélicas que realizam trabalho social em articulação com a SMAS certamente reagirão. Para se ter uma idéia do volume de recursos envolvidos, a TV Globo informa em inserções que toda a arrecadação do programa Criança Esperança alcançou em 2008 a quantia de 11 milhões de reais. O orçamento executado em 2008 pela SMAS em seus programas de inclusão social alcançará 135 milhões de reais.
5. Uma vez na mão da IURD, haverá um desequilíbrio contra o próprio poder público, as demais Igrejas Evangélicas, a Igreja Católica, assim como as empresas como a TVG, que tem como marca de sua imagem a responsabilidade social. Vale tudo pelo voto.

Jogo Sujo

Apreenderam uma Kombi com material ilegal de campanha: panfletos apócrifos anti-Gabeira, faixas “Sou suburbano com muito orgulho” e panfletos de Eduardo Paes (Estado, Globo). Não precisa ser Sherlock Holmes para achar o dedo do PMDB (Globo). Paes ainda tem coragem de falar “É inaceitável tanto da minha campanha quando da do Gabeira, e se tiver alguém (envolvido) vamos afastar”. Quem acredita?

Paes gosta de falar que sofreu também com esse tipo de campanha, por exemplo: “Fiscais do TRE apreendem bandeiras contra Paes em carreata de vans na Barra”. A reportagem diz que:

cabos eleitorais presentes na manifestação admitiram trabalhar nas campanhas de candidatos como Solange Amaral (DEM/PTC/PMN), Marcelo Crivella (PRB/PR/PSDC/PRTB), Jandira Feghali (PCdoB/PHS/PTN/PSB) e Alessandro Molon (PT)”

Entendeu qual o candidato que não é nem suspeito de fazer esse tipo de jogo sujo?

Leia mais em: “ Panfletos apócrifos: mulher presa em operação do TRE disse que trabalhava para Paes”, “ TRE vai notificar Paes sobre envolvimento da campanha do PMDB em protesto contra Gabeira na Zona Oeste

(Update: A coisa não para de piorar: "TRE-RJ determina apreensão de três milhões de panfletos contra Gabeira que teriam sido contratados pelo diretório municipal do PT" - Que vergonha! Será que alguém tem coragem de votar em Paes ainda?)

Wednesday, October 15, 2008

Gabeira 43

Esse texto foi escrito por Regina e Leonardo Müller.

Vamos compartilhar com você os motivos da nossa certeza: Gabeira representa o que é melhor para o Rio. Mais do que argumentos, reunimos fatos, reportagens e editorias de pessoas públicas. O texto tem vários hiperlinks.

O Gabeira faz sua campanha de forma propositiva, sem atacar o outro candidato. Somos seus eleitores e consideramos que conhecer melhor o Paes é importante para uma escolha consciente.


Estilo de Campanha

Gabeira faz uma campanha limpa. Limpa em vários sentidos.

Não sujou a cidade com material de campanha.

Não contratou pessoas sem nenhuma filiação partidária a segurar cartazes e bandeiras.

Limpa também pq não teve ataques aos adversários.

A mudança do Gabeira no segundo turno é uma defesa aos ataques do seu adversário.


Paes fez tudo errado.

Foi o que mais sujou a cidade (You Tube).

No evento do PMDB, em que Paes estava presente, o vereador Argemiro Pimentel (PMDB) falou que comprou caixas de ovos para jogar em Gabeira e chamaram Gabeira de “Macaco Tião da Zona Sul”. Paes não se manifestou contra estes atos.

Vale ler os editoriais sobre o estilo da campanha de Paes:

  • “Paes utiliza métodos arcaicos e ultrapassados, que podem acabar virando contra sua própria candidatura.” (Lucia Hippolito)

  • “Eduardo Paes, que já perdeu o respeito, depois de rastejar atrás do apoio do presidente Lula que ele ofendeu gravemente na CPI dos Correios.” (Kotscho)

  • “Paes teve tempo de sobra para pedir perdão a Lula, Lulinha e a dona Marisa Letícia. Por que só o fez na semana passada? Por que só agora quando corre o risco de ser derrotado por Fernando Gabeira (PV) no segundo turno da eleição para prefeito do Rio?” (Noblat)

Respeito às Leis Eleitorais

Gabeira vem, desde o início de sua campanha, respeitando os candidatos e as leis eleitorais.


Já Eduardo Paes...

  • Começou mal, não deveria nem ser candidato, pq se desligou do governo depois do prazo legal (Globo, link);

  • Lucia Hippolito denuncia a tentativa de Sergio Cabral de aumentar as abstenções e favorecer Paes (link)

  • O uso da máquina do Estado é claro: o Secretário de Segurança de Sergio Cabral entregou a ficha criminal do militante do PV (link). Além disso, durante um jogo do Flamengo, o Maracanã foi usado para fazer campanha de Paes, com mensagens no letreiro e distribuição de panfletos anônimos – vale lembrar que até o meio do ano Paes cuidava do Maracanã (link)

  • O Tribunal Eleitoral está investigando a participação de Paes em ações como a elaboração de panfletos “anônimos” anti-Gabeira e as falsas manifestações populares contra Gabeira com manifestantes pagos. (Globo)

Coerência política

Gabeira é um homem coerente. Sua única troca de partido foi uma ida para o PT seguida de seu retorno ao PV. Ele saiu do PT quando era muito mais fácil ficar: o PT já era governo. O ótimo texto “Flores, Flores para los Muertos”, escrito por Gabeira, explica os motivos de sua saída do PT.


Já Eduardo Paes:

  • Iniciou no PV, mas no último debate da Band ridicularizou o herbário do Jardim Botânico e o aquecimento global;

  • Depois foi para o PFL, onde era conhecido como um dos “meninos do Cesar Maia”. Nesse período pesam várias acusações contra ele. Hoje Paes tenta atingir Gabeira atacando o apoio de Cesar Maia. Vamos ativar a memória: em 2006, quando candidato a governador, Paes ressaltou que tinha ótima relação com Cesar Maia.

  • Em 2004, Paes e seu candidato a vereador, Guaraná, usaram o nome de Cesar Maia para incluir a Cidade da Música em seu folder como uma de suas prioridades e realizações. No debate da Band Paes atacou a Cidade da Música;

  • Quando no PSDB, criticou duramente o governo Lula (You Tube, Editorial). Foi um dos poucos a querer o impeachment do Lula e a tentar incriminar o filho de Lula. O pedido de desculpas por sua atuação na CPI demonstra mais uma vez a sua forma oportunista de fazer política. (Noblat)

  • Em 2006, candidato a governador pelo PSDB, Paes chamou Sergio Cabral de novo Garotinho (link). Por sinal, comparações entre Paes e Garotinho já existem, lembrando o que o PMDB representa para o nosso Estado (You Tube);

  • No debate da Band Paes teve a coragem de falar que o problema da saúde é culpa do PSDB - dois anos atrás Paes era o Secretário Geral do PSDB.


Alianças

Gabeira, no primeiro turno, veio com a aliança PV/PSDB/PPS.

Gabeira a frente da ética, PSDB como o partido do rigor fiscal e política econômica moderna (tanto Meireles para Lula quanto Levy para Cabral seguem estes princípios).

No segundo turno, depois da derrota de sua candidata, Cesar Maia declarou apoio a Gabeira. Gabeira não o procurou, Gabeira não prometeu cargos em troca de apoio.

A prática lamentável de trocar apoio político por cargos não é a praia de Gabeira.

Gabeira é a garantia de um secretariado eficiente, independente de partido político, sem loteamento de cargos.

Em todos os partidos lideranças independentes apoiam Gabeira, Marina Silva, Jorge Roberto Silveira, Miro Teixeira, Eduardo Suplicy, Armínio Fraga , Oscar Niemeyer, entre outros. São líderes que representam várias correntes políticas e trouxeram importantes contribuições para o país.


Já falei isso antes, mas Paes faz mesmo tudo errado.

Suas alianças representam acordos em troca de cargos: a idéia é políticos aliados ocupando a máquina no lugar de pessoas qualificadas. O PMDB ocupa a máquina pública em todos os níveis (Cristiana Lobo, Epoca, Veja, PSTU) - apadrinhados com identidade política, muitas vezes sem mérito, ocupam cargos. Não existe nada de ideológico nos apoios, tanto que Jandira Fegalli não poupou críticas a Paes no primeiro turno (link) e hoje é sua aliada.

Vale lembrar quem é o PMDB do Rio: Alvaro Lins, Picciani, Geraldo Pudim, Garotinho e Rosinha.

Foi capa do Globo: “Paes e Picciani negociam apoio de Crivella”.

Você sabia que Crivella e Cabral foram os senadores mais faltosos no plenário? (link).

Demorou, mas Crivella foi para o lado de Paes (O dia, Globo).

Noblat denuncia as exigências de Crivella para apoiar Gabeira: pagamento das dívidas de campanha no primeiro turno (cerca de R$ 5 milhões), apoio à sua candidatura ao governo do Rio em 2010, a direção da área de habitação popular da prefeitura. O que será que Paes prometeu para ele em troca do seu apoio?


Isolamento Político

No jornal o Globo o deputado Miro Teixeira (da base de Lula) analisa o tema de verticalização entre o poder federal, estadual e municipal:

Para Miro, é absurdo um candidato dizer que vai governar melhor ou pior por causa da ligação com o presidente da República ou com o governador. O deputado classifica o discurso de Paes como a "negação dos princípios republicanos":

Nós pagamos impostos; a cidade tem que ser respeitada qualquer que seja o seu prefeito. Porque a cidade não é o prefeito, e sim os cidadãos. Essa pregação de alinhamento que favorece ou desfavorece a relação com o governo federal é despolitizada porque é contra o povo” (Miro Teixeira)

Falar que o presidente ou governador vai favorecer um candidato do mesmo partido é uma vergonha, um escândalo. Pensar que Presidente, Governador e Prefeito devem ter a mesma opinião é negar a importância da diversidade política e do respeito à democracia.

É melhor um candidato criativo (Gabeira) a um candidato submisso (Paes).


Honestidade

Quem não admira a coragem de Gabeira no episódio contra Severino Cavalcanti (You Tube )? Nessas eleições Lula e toda a sua base ajudaram Severino a se eleger prefeito (Texto, Video).

E o que falar do processo de cassação de Renan Calheiros (PMDB)?

Gabeira, Raul Jungman e outros poucos deputados brigaram com seguranças do Senado para poder assistir ao julgamento de Renan e lutaram contra mais um acordão protagonizado pelo PMDB (You Tube).


Paes, um político jovem, já tem várias denúncias contra ele.

É alvo de denúncia do Ministério Público (Globo).

Existem insinuações da participação de Paes no lobby do mercado imobiliário (Quartel do Leblon, Parque Peter Pan, Cobal).

Cesar Maia, em entrevista ao jornal o Dia, disse: “O problema é que na fase final da Secretaria de Meio Ambiente (de Eduardo Paes) foram descobertas muitas irregularidades (...) Ele teve 180 mil votos. Eram R$ 200 milhões (gastos pela secretaria de Paes) de despesas sem empenho.”.

O movimento ambientalista de Sepetiba denuncia Eduardo Paes (link).

O TRE investiga o candidato por várias razões: “Paes fez campanha antes da hora”, “Paes e os panfletos ilegais”, “Propaganda ilegal em UPAs”, “Saiu do Governo depois da hora”.

Nada foi provado até o momento, mas a investigação continua.


Drogas e Aborto

Gabeira há muito tempo debate esses temas de forma aberta e sem preconceitos. Muitos consideram suas posições polêmicas, mas é reconhecido como referência nestas questões.


Veja o que Sergio Cabral falou em entrevista ao Globo sobre esses temas:

Legalização das drogas é um tema que defendo.

A outra, é um tema que, infelizmente, não se tem coragem de discutir. É o aborto. A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência pública. (...) Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal. Estado não dá conta. Não tem oferta da rede pública para que essas meninas possam interromper a gravidez. Isso é uma maluquice só.” Sergio Cabral


Saúde

Gabeira tem ótimas propostas para a saúde. Por exemplo, defende a melhoria e a ampliação do horário de funcionamento dos postos de saúde já existentes, a ampliação do Programa de Saúde da Família e um diálogo com os médicos.


Paes destaca as UPAs com ar condicionado. As UPAs são uma boa idéia, mas já são alvo de denúncias de corrupção e incompetência (Globo, RJ TV, Band News, Globo).

É hora de repensar essa prática política de construir antes de otimizar o que já existe (Globo). Sergio Cabral tem uma péssima relação com os funcionários de saúde (link). Não seria essa a política de Paes?


Educação

Gabeira fala de pontos importantes para área da educação: rede de creches, ampliação do tempo do aluno na escola, fim da aprovação automática.

Vale citar Gabeira:

(...) enfatizaremos a qualificação intensiva, a avaliação e a motivação de nossos educadores e multiplicadores do saber. Vamos, também, viabilizar aulas de reforço para recuperar atrasos na aprendizagem dos alunos, utilizando os serviços de ‘explicadores’ que já atuam nas comunidades e, também, de estudantes universitários. (...) O aprimoramento da gestão escolar com foco em resultados, a certificação dos gestores e professores e a avaliação e premiação destes pelo desempenho de seus alunos serão um diferencial da prefeitura do Rio.Gabeira


Paes se resume a defender o fim da aprovação automática, e ações de “maquiagem” como ar condicionado nas salas de aula.

Quem dera o principal problema da Educação no Rio fosse o calor, mesmo pq os alunos tem férias no verão.


Segurança

Concordamos com as idéias do Gabeira sobre segurança, um exemplo:

A guarda municipal contribuirá para a segurança pública usando comunicação em tempo real e armas não letais. Trabalharemos em parceria com a Polícia Militar no policiamento ostensivo da cidade” (Gabeira)

Pessoas dedicadas ao tema da segurança pública, como Rodrigo Pimentel, apoiam a iniciativa de Gabeira de trazer o tema para a campanha (Globo)


Paes, há dois anos, defendeu abertamente as milícias (RJ TV) e hoje tem apoio de Jorge Babu (PT), Jerominho (PMDB), Carminha Jerominho (PTdoB) - a ligação entre Paes e Carminha foi comentada em: link, link2.

Paes não cita a necessidade de melhorar a relação entre a guarda municipal e a Polícia.

Paes defende a política de segurança de Sergio Cabral. Entendemos que essa é uma política de violência. Leia um pouco sobre o assunto: "Não podemos concordar com o combate à violência com violência", disse Marcelo Yuka, “Polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata no mundo”, “Polícia do Rio mata quase 10 vezes mais que a de SP”, “A cada cinco homicídios, um é de autoria da polícia”, You Tube

Um exemplo típico dessa resposta violenta foi o caso do militante do PV agredido por militantes do PMDB (UOL). Em sua defesa, Paes levantou a ficha criminal do militante como se isso justificasse qualquer agressão (Extra). Isso é política de violência e perseguição, não política de segurança.


Conclusão

Gabeira é o melhor candidato.

Está preparado para enfrentar os problemas de nossa cidade.

Tem humildade para ouvir a opinião de especialistas.

Tem o apoio de muitas lideranças e terá secretários escolhidos segundo critérios técnicos.

Em entrevista ao RJ TV, quando perguntado qual o problema que o Rio tem hoje e que não existirá ao final do seu mandato, Gabeira respondeu:

É muito difícil dizer que um problema que o Rio tem hoje não vai existir no final do seu mandato. O que depende de mim: transparência. O Rio não tem nas suas contas, no seu trabalho a transparência necessária. Eu garanto que haverá transparência e honestidade rigorosa até o final do mandato” (Gabeira)

Dê uma olhada no site do Gabeira e no You Tube – Gabeira 43.

Mais que o voto, essa eleição pede debate.

Está na hora da virada que o Rio e o Brasil merecem.


No próximo dia 26, vamos novamente às urnas com adesivos do Gabeira. Felizes em votar no melhor candidato para o Rio: FERNANDO GABEIRA 43.